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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

PetersOtto






Professor
FernUniversität Hagen
Germany

Zentrales Institut für Fernstudienforschung
Central Institute for Distance Education Research - FernUniversität in Hagen

Site Universidade Otto Peters:
http://www.fernuni-hagen.de/ZIFF/petersbi.htm
http://www.fernuni-hagen.de/ZIFF/v5-ch118.htm
http://www.eden-online.org/contents/conferences/research/barcelona/Peters.pdf
http://www.uni-oldenburg.de/zef/asf/otto.htm
http://www.uni-oldenburg.de/zef/eden/participants.htm

E-mail: Otto.Peters@FernUni-Hagen.de

E-mail: helmut.fritsch_at_fernuni-hagen.de
Otto Peters foi um dos fundadores e primeiro reitor da Universidade a Distância da Alemanha, internacionalmente reconhecido por sua contribuição à compreensão da Educação a Distância (EaD) como uma modalidade de educação que, sobretudo nas décadas de 60 e 70, possuía características industriais, com divisão de trabalho, economia de escala e processos de produção tipicamente industriais. Peters acom-panhou de perto os últimos 40 anos da história da EaD e as duas grandes "ondas" do ensino superior a distância, a primeira que, dos anos 60 a 80, resultou na criação de várias universidades a distância, cujo modelo e inspiração se encontram na Open University britânica, e a mais recente, a partir dos anos 90, resultante da expansão das redes informatizadas, principalmente da Internet. Em Didática do Ensino a Distância propôs-se descrever o atual estágio da EaD, sintetizando e conjugando as principais descobertas feitas nestas últimas décadas neste campo.
Durante 17 anos foi Docente da Cadeira de “Methodology of Distance Teaching”. Conduziu um Projecto de Pesquisa sobre: “University Study for Persons who have to Work for Living” ('Studium neben dem Beruf'). De 1969 – 1974 esteve envolvido em pesquisas sobre “Comparative Distance Teaching” no German Institute for Distance Education na Universidade de Tübingen.
Actualmente Otto Peters é "Professor Emeritus" na FernUniversität em Hagen, Ale-manha.

Segundo Peters (1973), Ensino /Educação a Distância (Fernunterricht) é um método racional de partilha conhecimento, tarefas e atitudes. Defende a divisão do trabalho, segundo princípios organizacionais, e utilização de meios técnicos de comunicação extensivos com a intenção de produzir materiais de ensino de alta qualidade de forma a poder instruir um elevado número de alunos ao mesmo tempo e onde quer que estejam situados - Forma industrializada de ensinar e aprender.

O que você pensa sobre EAD?

Palestra de Otto Peters, da Fern Universitat

Fern Universitat, Hagen, Alemanha

Convidado para abrir o 3º Congresso Brasileiro de Educação Superior a Distância/1º Congresso Internacional de Educação a Distância, que ocorreu entre os dias 1º e 3 de dezembro, no Centro do Rio de Janeiro, Otto Peters, professor da Fern Universitat, de Hagen, na Alemanha, também encerrou o segundo dia de conferências do evento, com a palestra intitulada "A visão do aprendizado autônomo nas universidades digitais".

Falando em inglês, de improviso, sem consultar textos e sem ajuda de projeções, Otto Peters avisou que, por não ter tido tempo de se preparar para a palestra para a qual tinha sido convidado, se limitaria a relatar à platéia sua experiência de quase 30 anos na Fern Univeristat, tendo como objetivo fazer recomendações genéricas a quem se propõe a criar uma instituição de ensino superior a distância, de modo a "evitar o fracasso" ao desenvolver seu projeto.

Antes, porém, o professor reconheceu as dificuldades de sua proposta, admitindo que "não se pode copiar um modelo de um sistema existente, cada experiência será necessariamente diferente de outra, pois se deve levar em conta as diferenças culturais, sociais e econômicas específicas de cada país ou região."

Ainda que revelasse as limitações de se fazer recomendações gerais, a palestra de Otto Peters adotou essa direção, tendo como ponto de referência sua experiência na universidade alemã, que, segundo ele, teve "dificuldades iniciais de gestão e de estrutura didática".

Com base em sua experiência na Alemanha e na análise de mais 12 universidades abertas do mundo, cada uma com estrutura e características específicas, reunidas no livro de sua autoria Aprendizado e ensino em EAD, já traduzido em português, o professor indicou todas as etapas para construção e administração de uma institui-ção de ensino superior a distância e apontou caminhos para o que fazer e o que evitar, de modo que ela se torne bem-sucedida.

Em primeiro lugar, ele destacou a necessidade de se fazer um "estudo de viabilida-de", no qual a prioridade é analisar a demanda existente. "Não adianta montar uma bem equipada universidade se não houver demanda", disse. Para exemplificar, Pe-ters lembra que, em vários momentos da história da humanidade, a EAD surgiu como solução para o binômio escassez/dificuldade de acesso à educação. É o caso dos cursos de correspondência, que proliferaram na Europa durante e depois da Segunda Guerra Mundial e, também, segundo ele, das epístolas do apóstolo Paulo, considerado o pioneiro da EAD, já que ensinava em Roma e teve seus escritos es-palhados por toda a Ásia Menor.

Esse também é o caso da Opened University, da Inglaterra, atualmente a maior uni-versidade aberta da Europa, que surgiu há cerca de 20 anos, num momento em que análises econômicas previam um colapso econômico no país, em virtude da escassez de pessoas com nível universitário. A Opened University foi criada por uma iniciativa do governo britânico e, para Otto Peters, o sucesso obtido pela instituição se deveu à grande demanda existente. "A EAD floresce em épocas de dificuldades", conclui, defendendo que é uma "obrigação de uma universidade aberta alcançar as pessoas que gostariam de freqüentar uma universidade, mas não podem".

Tendo identificado a demanda, os interessados em criar uma instituição de ensino superior a distância teriam total liberdade para pensar e criar sua própria solução. "A questão é: se vamos começar do zero, temos a liberdade de pensar qual seria a so-lução ideal", disse. E, nesse caso, na visão de Peters, é preciso que os responsáveis tomem uma "decisão fundamental": se a universidade irá oferecer, unicamente, ensino a distância (single Mode, em inglês, ou modo único) ou se será, ao mesmo tempo, uma universidade presencial e a distância (due mode ou de modo duplo).

A opção da Fern Universitat foi pelo modo único, voltado exclusivamente para os cursos de ensino a distância. Otto Peters explica as vantagens dessa escolha: "To-dos os recursos podem ser utilizados para o estudante a distância, que é totalmente diferente do estudante presencial. Este é, em geral, um adolescente, enquanto que o estudante a distância é, em geral, um adulto. Além disso, os professores concentram suas atividades nesses estudantes". Já no caso das universidades duais, ele disse que haveria uma "divisão de lealdade" do professor, prejudicial ao aluno, já que o professor teria que se dividir entre os dois grupos de estudantes.

Nesse modelo, é possível, de acordo com o especialista, oferecer ensino de alta qualidade em massa, para um país inteiro. Para isso, diz ele, "é preciso ser uma universidade de verdade, e não apenas um curso para diplomar estudantes". E completa: "Se querem ter sucesso, devem estabelecer verdadeiras universidades, com centros de estudos e todos os graus de ensino - graduação, mestrado, doutorado etc.". E, também, disse: "Pesquisa e ensino devem ser integrados, os professores devem ser, eles próprios, pesquisadores".

"Sei que isso é um ideal", reconhece, mas, para alcançá-lo, a Fern Universitat só contrata professores em tempo integral, para que eles possam se dedicar tanto ao ensino como à pesquisa. "Se querem fazer um trabalho sério, precisam ter os me-lhores professores do mercado e em tempo integral", ensina. Atualmente, na universidade alemã, existem 90 professores com tempo integral, cada um com quatro assistentes, e cada disciplina com seu próprio centro de estudos. "Muitos de nossos professores se tornam pesquisadores conhecidos no país", contou.

Em viagem aos Estados Unidos, Otto Peters relatou que é freqüentemente interpe-lado por pessoas interessadas em saber como "adquirir prestígio para a instituição". Segundo contou, sua resposta para eles é: "Fundando uma universidade aberta e tentando empregar os melhores professores do mercado". "Na Fern Universitat, quando há uma vaga para professor, entre 50 e 60 candidatos se apresentam, e nós escolhemos o que mais se adapte a nosso projeto de pesquisa e ensino", completou.

Seguindo essa fórmula, o palestrante acredita que, numa tal universidade, os reito-res obteriam tanto prestígio que seriam capazes de desenvolver uma estratégia uni-versitária para o país e conquistar respeito no universo acadêmico.

Outra recomendação do palestrante para um futuro presidente ou reitor de uma uni-versidade aberta é estabelecer uma rede de profissionais e outras instituições de EAD. Também falou sobre a questão do financiamento, que admitiu ser um grande obstáculo, mas que pode ser resolvido. No caso da universidade alemã, o ensino de graduação é integralmente subvencionado pelo Estado, e os estudantes só pagam uma "taxa simbólica", relativa ao material didático. A Fern Universitat recebe, anual-mente, do governo alemão, 80 milhões de euros, além de recursos adicionais (cerca de 3 milhões de euros) oriundos de uma associação de amigos e patronos da universidade aberta, formada por ex-alunos e membros da sociedade civil.

Sempre retornando à questão do sucesso no "empreendimento" ensino a distância e falando para o público como se fossem potenciais "empreendedores" de instituições de ensino superior a distância, o especialista disse que "é importante o apoio do público" e, portanto, "a publicidade e a atividade de relações públicas é fundamental para uma universidade aberta. Os estudantes têm que receber um jornal, eles precisam saber o que acontece na universidade". Também falou sobre a importância de um dia de portas abertas, em que, pelo menos uma vez ao ano, qualquer pessoa da comunidade possa visitar a universidade, para conhecer e participar das atividades acadêmicas.

Quanto aos obstáculos didáticos, Otto Peters destacou o problema da mídia. "É da maior importância saber qual a estrutura de mídia com a qual se poderá contar", disse. Como exemplo, citou o caso da Mongólia, país em que a maioria da população é de jovens pastores, portanto, migrantes. "Qual pode ser a mídia para a Mongólia, diante dessas circunstâncias?", ele pergunta. "O rádio!", ele mesmo responde, argumentando que se trata de um objeto pequeno, portátil, pelo qual os estudantes podem ouvir as aulas, de qualquer lugar e em qualquer momento.

Para concluir, o conferencista disse que o ensino-aprendizado a distância exige métodos específicos e abordagem totalmente diversa do ensino na universidade presencial. E que, apesar das especificidades de cada país ou região, é preciso adotar três critérios fundamentais: diálogo (da instituição com o estudante), estrutura (mídia, material didático, professores, centros de estudos etc.) e autonomia (do estudante).
6/12/2004

Um comentário:

E e J disse...

Este artigo sobre Otto Peters é excelente...

Peters, disse que o ensino-aprendizado a distância exige métodos específicos e abordagem totalmente diversa do ensino na universidade presencial. E que, apesar das especificidades de cada país ou região, é preciso adotar três critérios fundamentais: diálogo (da instituição com o estudante), estrutura (mídia, material didático, professores, centros de estudos etc.) e autonomia (do estudante).
o que você sabe sobre este tema?