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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

terça-feira, 16 de agosto de 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

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DIABETES

Procurando mais informações sobre diabetes? Tire suas dúvidas e descubra que não é tão complicado ter uma vida saudável.
Saiba sobre os tipos de diabetes, sinais e sintomas, medicamentos, atividades físicas, os principais cuidados para evitar as complicações, etc.

Complicações Crônicas

# Artigo
1 Nefropatia Diabética   
2 Infeces
3 Infarto do Miocárdio e Acidentes Vasculares Cerebrais
4 Neuropatia Diabética
5 Pé Diabético
6 Retinopatia Diabética
 Nefropatia Diabética

Constitui-se por alterações nos vasos dos rins, fazendo com que haja a perda de proteína na urina. É uma situação em que o órgão pode reduzir sua função lentamente, porém de forma progressiva, até a paralisação total. Contudo, esse quadro é controlável e existem exames para detectar o problema ainda no inicio.
Características Gerais
Os rins são órgãos muito sensíveis ao mau trato do nosso organismo. Funcionam como filtros no corpo humano com a importante função de eliminar, pela urina, as substâncias provenientes do metabolismo, que já não têm utilidade para as atividades orgânicas. Ao mesmo tempo, precisam manter outras substâncias que não devem ser descartadas, como as proteínas.
A Nefropatia Diabética pode afetar o bom funcionamento dos rins, fazendo com que eles percam a capacidade de filtrar adequadamente essas substâncias. Uma das proteínas que circulam no sangue é a albumina, que possui alto valor biológico e fornece todos os aminoácidos essenciais para facilitar a recuperação do organismo.
Na fase inicial da Nefropatia Diabética, aparecem pequenas quantidades dessa proteína na urina (detectada através do exame de microalbuminúria). É comum que nesse estágio ocorra, também, o aumento da pressão arterial (hipertensão). Esta situação pode levar à insuficiência renal avançada.

No diabetes tipo 1, a insuficiência renal progressiva ocorre em cerca de 50% dos pacientes. No tipo 2, observa-se um crescente número dessa complicação, traduzindo o controle muito aquém do desejado.

TratamentoNa maior parte das pessoas com o diabetes, o bom controle das taxas de glicemia previne a Nefropatia. Mesmo naqueles que já apresentam microalbuminúria na urina, o diabetes bem controlado evita a piora do quadro.

Por isso, o tratamento adequado do diabetes e o controle da pressão arterial são considerados fundamentais para evitar esta complicação, podendo, em alguns casos, até regredir o processo. È recomendável, também, o controle do colesterol, parar de fumar, ter uma dieta mais balanceada e até mesmo o uso de algumas medicações (sempre receitadas por um especialista).

Caso já exista perda importante da função renal (insuficiência renal avançada), entrará em ação a diálise ou transplante.
Consultoria do Dr. Saulo Cavalcanti, Coodenador do Departamento de Complicações Crônicas da Sociedade Brasileira de Diabetes.


Infeces

A presença excessiva de glicose pode causar danos a muitas funções inerentes ao sangue, incluindo as tarefas do sistema imunológico. O que aumenta o risco da pessoa com diabetes contrair algum tipo de infecção. Isso ocorre porque os glóbulos brancos (responsáveis pelo combate ao vírus, bactérias, etc.) ficam menos eficazes com a hiperglicemia.
Para piorar a situação, o alto índice de açúcar no sangue é terreno ideal para alguns invasores (fungos, bacterias, etc.). O que acaba promovendo a fácil proliferação desses patogênicos. Assim, áreas como boca e gengiva, pulmões, pele, pês, genitais e local de incisão pós cirurgia estão totalmente sujeitos a este risco. Ferimentos em geral podem se tornar verdadeiras portas de entrada.

Prevenção e Tratamento
O importante é manter um bom controle da glicemia, seguindo corretamente as orientações médicas. Contudo, alguns casos merecem destaque. Vamos a eles:
Podemos dizer que as bactérias “adoram fazer festa” entre a gengiva e os dentes. Neste caso, é preciso ser um bom vigilante quanto à higiene bucal diária, com a utilização de fio dental. É importante, também, como bom cidadão prevenido, fazer uma limpeza com o dentista a cada seis meses.
Em caso de desleixo, as bactérias podem se instalar e, consequentemente, atuarão destruindo o osso onde o dente está implantado, levando inflamação às gengivas. Neste estado, elas se separam dos dentes e do osso mandibular. O que só faz a situação piorar ainda mais, multiplicando as bactérias não vão criado. Chegando a esta situação, o dentista terá que raspar a placa dentária e retirar o tecido em torno da raiz do dente. O que, às vezes, requer cirurgia.
As mulheres devem tomar cuidado, também, em relação às infecções vaginais como a candida albicans (candidíase), que prospera em ambiente úmido, nutrindo-se de muita glicose. A candidíase é desagradável. Caracteriza-se por sensação de ardência e coceira na área vaginal, geralmente acompanhada por corrimento branco e grosso, mas é facilmente confundido com outros problemas. O tratamento não é difícil, requerendo a utilização de um creme fungicida. Temos aqui uma série de bons motivos para não deixar a prevenção de lado.
Consultoria do Dr. Saulo Cavalcanti, Coodenador do Departamento de Complicações Crônicas da Sociedade Brasileira de Diabetes.


Infarto do Miocárdio e Acidentes Vasculares Cerebrais

Essas complicações ocorrem quando os grandes vasos são afetados, levando à obstrução/estenose (arteriosclerose) de órgãos vitais como o coração e o cérebro. O bom controle da glicose, somado à atividade física e medicamentos –que possam combater a pressão alta, o aumento do colesterol e suspender o tabagismo – são medidas imprescindíveis de segurança. A incidência deste problema é de 2 a 4 vezes maior nas pessoas com diabetes.

Infarto Agudo do Miocárdio (Angina de Peito)Essa é uma doença cardiovascular responsável pela principal causa de morte relacionada ao diabetes, não importando o tipo. Sem controle adequado, geralmente surge o estado de hiperglicemia, o que é um fator de risco para doenças do coração.
Além disso, outros fatores predispões a arteriosclerose como a hipertensão arterial, alteração do metabolismo das gorduras (aumento do LDL, aumento dos triglicérides e redução do HDL), tabagismo, obesidade, falta de atividade física e presença de microalbuminúria (proteína na urina).
Esse é um processo que ocorre com as placas de gordura nas principais artérias do organismo (como as coronárias do coração). Com o tempo, essas placas podem se romper, formando coágulos de sangue que levam à obstrução, caracterizando o que chamamos de infarto do miocárdio.

Sintomas de Infarto do Miocárdio Nem Sempre São Iguais
Muitas pessoas com um quadro de infarto apresentam os mesmos sintomas. Contudo, podem aparecer manifestações atípicas: casos com total ausência de dor (infarto silencioso), ou o surgimento de dores em locais fora do tórax, como a parte superior do abdome, ombros, dorso e pescoço. Nesses casos é mais difícil diagnosticar o problema.

Como sempre, o bom controle das taxas glicêmicas, associado ao controle dos outros fatores de risco, pode prevenir o infarto agudo do miocárdio. Além disso, existem medicações que podem promover um efeito protetor. Procure sempre um médico para a melhor avaliação do seu caso.

Recomenda-se que as pessoas com diabetes recebam uma avaliação anual para o risco de doenças no coração. Além do exame clínico com o médico, indica-se a realização dos exames rotineiros dos fatores de risco:
  •  Avaliação do diabetes;
  •  Colesterol, triglicérides;
  •  Pressão arterial.
Também é recomendado a realização de testes para a detecção de isquemia miocárdica.

Acidentes Vasculares Cerebrais ou Obstrução das Artérias das Pernas
Os níveis de gordura nas paredes das artérias podem ficar tão elevados ao ponto de causar o estreitamento da passagem do sangue, acarretando no entupimento completo. Chamamos essa situação de obstrução ou estenose arterial.
Essas gorduras acumuladas podem causar a formação de coágulos que, se levados pela corrente sanguínea, acabam entupindo (oclusão) uma artéria distal (que vem a seguir) de menor diâmetro. Essa interrupção da irrigação pode levar à isquemia, que é a redução da chegada de oxigênio nos tecidos.
Se a oclusão for de uma artéria coronária, a conseqüência será um infarto do miocárdio. Se for de uma artéria que irriga o cérebro, ocorrerá um derrame ou acidente vascular cerebral. Se a oclusão acometer uma das artérias da perna e não for tratada a tempo, pode ocorrer dor durante a caminhada, sensação de frio nas extremidades e, às vezes, até uma amputação por gangrena.
Para evitar esses problemas, o exame clínico é sempre fundamental. O médico pode detectar a redução da pulsação das artérias e sentir a temperatura local por meio de exame clínico. Alguns sintomas são sugestivos desses problemas, tais como dor nas pernas após atividade física (como caminhada), extremidades dos pés frias, episódios de tonturas, etc.
Consultoria do Dr. Saulo Cavalcanti, Coodenador do Departamento de Complicações Crônicas da Sociedade Brasileira de Diabetes.


Neuropatia Diabética

O sistema nervoso é responsável pelo controle de praticamente tudo o que fazemos. Quando movimentamos os músculos, respiramos, pensamos ou digerimos a comida, os nervos são utilizados como circuitos elétricos orgânicos. São eles que emitem e recebem os sinais no cérebro, que comunicam às outras células as tarefas que devem ser realizadas.

Com a Neuropatia, os nervos podem ficar incapazes de emitir as mensagens, emití-las na hora errada ou muito lentamente. Os sintomas irão depender e variar conforme o tipo de complicação e quais os nervos afetados. De forma geral, podemos classificar os sintomas em sensitivos, motores e autonômicos. Exemplos:
  1. Sensitivos: formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos. Dores locais e desequilíbrio;
  2. Motores: estado de fraqueza e atrofia muscular;
  3. Autonômicos: ocorrência de pele seca, traumatismo dos pêlos, pressão baixa, distúrbios digestivos, excesso de transpiração e impotência.
Infelizmente, o diabetes é a principal causa de Neuropatia. Sua incidência é alta e possui diferentes formas clínicas, tais como:
  • Polineuropatia distal: uma das formas mais comuns de Neuropatia, que acomete preferencialmente os nervos mais longos, localizados nas pernas e nos pés, causando dores, formigamento ou queimação nas pernas. Tende a ser pior à noite (período onde prestamos mais atenção aos sintomas);
  • Neuropatia autonômica: causa principalmente hipotensão postural, como a queda da pressão arterial ao levantar-se (tonturas) e impotência sexual. Outros sintomas incluem sensação de estômago repleto após as refeições, distúrbios de transpiração e outros mais raros;
  • Neuropatia focal: esta é uma condição rara decorrente de danos a um único nervo ou grupo de nervos. Desenvolve-se quando o suprimento de sangue é interrompido devido ao entupimento do vaso que supre aquele nervo. Ou pode ser conseqüência de uma compressão do nervo.
Não é raro que as pessoas apresentem mais de um tipo de neuropatia. A presença desta complicação está muito relacionada ao tempo de duração do diabetes e ao grau de controle glicêmico. Por isso é bom lembrar, mais uma vez, a enorme importância de manter um bom controle da glicemia.

Tratamento
No caso das mononeuropatias podem ser empregadas medidas fisiátricas (fisioterapia) para evitar a compressão dos nervos ou realizar uma descompressão cirúrgica. O controle rigoroso da glicemia é essencial para prevenir o aparecimento ou a piora da neuropatia diabética.
No caso da polineuropatia distal nenhum medicamento, até o momento, é comprovadamente eficaz para a cura, havendo, no entanto, medicações que podem aliviar os sintomas (como a dor e o formigamento). Também é importante prevenir lesões nos pés ou quedas.
Consultoria do Dr. Saulo Cavalcanti, Coodenador do Departamento de Complicações Crônicas da Sociedade Brasileira de Diabetes.



Pé Diabético

Para as pessoas com diabetes, o pé merece uma atenção especial. Como são vulneráveis a ferimentos, é preciso examiná-los todos os dias. Esse deve ser um hábito, principalmente para aqueles que sofrem de neuropatia. Essa vigilância é necessária porque, não raro, surge um calo em nossos pés, mesmo sem sentirmos dor, quando usamos sapatos.
Assim, a inspeção será baseada na procura de úlceras, calos ou qualquer outro problema visível. Consulte o médico caso haja qualquer preocupação a esse respeito. É possível prevenir as infecções nos pés. Manter um bom fluxo sangüíneo é, também, outro aspecto importante. Para isso, tome medidas que baixem a pressão alta e os níveis de colesterol.
É importante também fazer caminhadas com regularidade ou outro tipo de exercício físico. Vícios como o fumo devem ser evitados. Só para se ter uma idéia, 95% de todas as amputações do pé acontecem em fumantes. É algo traumático, que deve ser evitado.
Contudo, caso aconteça não significa que a pessoa não possa continuar levando uma vida normal. Nem mesmo de caminhar ela fica impossibilitada. O cirurgião removerá o mínimo possível do membro, para facilitar o processo. Após a cicatrização, será colocada uma prótese. Atualmente, os membros protéticos são mais leves e confortáveis do que os modelos do passado. Alguns possuem molas que até permitem que a pessoa corra e pule.

Ulceras do Pé
Uma área machucada ou infeccionada na base do pé pode desenvolver uma úlcera. Seu aparecimento é mais provável quando a circulação é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados. Leve este problema a sério! Se descobrir que tem úlcera no pé, não deixe para o dia seguinte sua visita ao médico. As camadas de pele são gradativamente destruídas pela infecção criando um buraco, quando a úlcera não é devidamente tratada. 
Consultoria do Dr. Saulo Cavalcanti, Coodenador do Departamento de Complicações Crônicas da Sociedade Brasileira de Diabetes.


Retinopatia Diabética

A Retinopatia Diabética é caracterizada por alterações vasculares. São lesões que aparecem na retina, podendo causar pequenos sangramentos e, como conseqüência, a perda da acuidade visual. Exames de rotina (como o “fundo de olho”) podem detectar anormalidades em estágios primários, o que possibilita o tratamento ainda na fase inicial do problema. Hoje, a Retinopatia é considerada uma das mais freqüentes complicações crônicas do diabetes, junto com a Catarata.
No caso do tipo 1, não há necessidade de começar os exames assim que a pessoa se descobre com diabetes, pois não possui um histórico de glicemia alta. Sendo assim, o primeiro exame oftalmológico poderá ocorrer após cinco anos de tratamento. Concluído esse período, os exames serão realizados anualmente.
Já no diabetes tipo 2, os exames serão realizados desde o momento do diagnóstico. Isso ocorre porque não é possível identificar por quanto tempo a pessoa permaneceu com altas taxas de glicemia.

Tratamento
O tratamento com a fotocoagulação (realizado com raio laser) tem demonstrado bons resultados na prevenção da perda visual e na terapia de alterações retinais. É indicado para edema de mácula e em situações com hemorragia, tração vítreo-retiniana e descolamento de retina. Naturalmente, estes procedimentos devem ser indicados e realizados pelo médico oftalmologista.
Consultoria do Dr. Saulo Cavalcanti, Coodenador do Departamento de Complicações Crônicas da Sociedade Brasileira de Diabetes.


 Nutrição




Sinônimos:
Diabetes, hiperglicemia

Nomes populares:
Açúcar no sangue, aumento de açúcar

O que é ?
Doença provocada pela deficiência de produção e/ou de ação da insulina, que leva a sintomas agudos e a complicações crônicas características.
O distúrbio envolve o metabolismo da glicose, das gorduras e das proteínas e tem graves conseqüências tanto quando surge rapidamente como quando se instala lentamente. Nos dias atuais se constitui em problema de saúde pública pelo número de pessoas que apresentam a doença, principalmente no Brasil.
Apresenta diversas formas clínicas, sendo classificado em:
 
Diabetes Mellitus tipo I:
Ocasionado pela destruição da célula beta do pâncreas, em geral por decorrência de doença auto-imune, levando a deficiência absoluta de insulina.
Diabetes Mellitus tipo II:
Provocado predominantemente por um estado de resistência à ação da insulina associado a uma relativa deficiência de sua secreção.
Outras formas de Diabetes Mellitus:
quadro associado a desordens genéticas, infecções, doenças pancreáticas, uso de medicamentos, drogas ou outras doenças endócrinas.
Diabetes Gestacional:
Circunstância na qual a doença é diagnosticada durante a gestação, em paciente sem aumento prévio da glicose.
Como se desenvolve?
Conforme pode ser observado no item acima (formas clínicas), são várias as causas do DM.
No DM tipo I, a causa básica é uma doença auto-imune que lesa irreversivelmente as células pancreáticas produtoras de insulina (células beta). Assim sendo, nos primeiros meses após o início da doença, são detectados no sangue dos pacientes, diversos anticorpos sendo os mais importantes o anticorpo anti-ilhota pancreática, o anticorpo contra enzimas das células beta (anticorpos antidescarboxilase do ácido glutâmico - antiGAD, por exemplo) e anticorpos anti-insulina.
No DM tipo II, ocorrem diversos mecanismos de resistência a ação da insulina, sendo o principal deles a obesidade, que está presente na maioria dos pacientes.
Nos pacientes com outras formas de DM, o que ocorre em geral é uma lesão anatômica do pâncreas, decorrente de diversas agressões tóxicas seja por álcool, drogas, medicamentos ou infecções, entre outras.
O que se sente ?
Os sintomas do DM são decorrentes do aumento da glicemia e das complicações crônicas que se desenvolvem a longo prazo.
Os sintomas do aumento da glicemia são:
 
sede excessiva
aumento do volume da urina,
aumento do número de micções
surgimento do hábito de urinar à noite
fadiga, fraqueza, tonturas
visão borrada
aumento de apetite
perda de peso.
Estes sintomas tendem a se agravar progressivamente e podem levar a complicações severas que são a cetoacidose diabética (no DM tipo I) e o coma hiperosmolar (no DM tipo II).
Os sintomas das complicações envolvem queixas visuais, cardíacas, circulatórias, digestivas, renais, urinárias, neurológicas, dermatológicas e ortopédicas, entre outras.
 
Sintomas visuais:
O paciente com DM descompensado apresenta visão borrada e dificuldade de refração. As complicações a longo prazo envolvem diminuição da acuidade visual e visão turva que podem estar associadas a catarata ou a alterações retinianas denominadas retinopatia diabética. A retinopatia diabética pode levar ao envolvimento importante da retina causando inclusive descolamento de retina, hemorragia vítrea e cegueira.
Sintomas cardíacos:
Pacientes diabéticos apresentam uma maior prevalência de hipertensão arterial, obesidade e alterações de gorduras. Por estes motivos e, principalmente se houver tabagismo associado, pode ocorrer doença cardíaca. A doença cardíaca pode envolver as coronárias, o músculo cardíaco e o sistema de condução dos estímulos elétricos do coração. Como o paciente apresenta em geral também algum grau de alteração dos nervos do coração, as alterações cardíacas podem não provocar nenhum sintoma, sendo descobertas apenas na presença de sintomas mais graves como o infarto do miocárdio, a insuficiência cardíaca e as arritmias.
Sintomas circulatórios:
Os mesmos fatores que se associam a outras complicações tornam mais freqüentes as alterações circulatórias que se manifestam por arteriosclerose de diversos vasos sangüíneos. São freqüentes as complicações que obstruem vasos importantes como as carótidas, a aorta, as artérias ilíacas, e diversas outras de extremidades. Essas alterações são particularmente importantes nos membros inferiores (pernas e pés), levando a um conjunto de alterações que compõem o "pé diabético". O "pé diabético" envolve, além das alterações circulatórias, os nervos periféricos (neuropatia periférica), infecções fúngicas e bacterianas e úlceras de pressão. Estas alterações podem levar a amputação de membros inferiores, com grave comprometimento da qualidade de vida.
Sintomas digestivos:
Pacientes diabéticos podem apresentar comprometimento da inervação do tubo digestivo, com diminuição de sua movimentação, principalmente em nível de estômago e intestino grosso. Estas alterações podem provocar sintomas de distensão abdominal e vômitos com resíduos alimentares e diarréia. A diarréia é caracteristicamente noturna, e ocorre sem dor abdominal significativa, freqüentemente associado com incapacidade para reter as fezes (incontinência fecal).
Sintomas renais:
O envolvimento dos rins no paciente diabético evolui lentamente e sem provocar sintomas. Os sintomas quando ocorrem em geral já significam uma perda de função renal significativa. Esses sintomas são: inchume nos pés (edema de membros inferiores), aumento da pressão arterial, anemia e perda de proteínas pela urina (proteinúria).
Sintomas urinários:
Pacientes diabéticos podem apresentar dificuldade para esvaziamento da bexiga em decorrência da perda de sua inervação (bexiga neurogênica). Essa alteração pode provocar perda de função renal e funcionar como fator de manutenção de infecção urinária. No homem, essa alteração pode se associar com dificuldades de ereção e impotência sexual, além de piorar sintomas relacionados com aumento de volume da próstata.
Sintomas neurológicos:
O envolvimento de nervos no paciente diabético pode provocar neurites agudas (paralisias agudas) nos nervos da face, dos olhos e das extremidades. Podem ocorrer também neurites crônicas que afetam os nervos dos membros superiores e inferiores, causando perda progressiva da sensibilidade vibratória, dolorosa, ao calor e ao toque. Essas alterações são o principal fator para o surgimento de modificações na posição articular e de pele que surgem na planta dos pés, podendo levar a formação de úlceras ("mal perfurante plantar"). Os sinais mais característicos da presença de neuropatia são a perda de sensibilidade em bota e luva, o surgimento de deformidades como a perda do arco plantar e as "mãos em prece" e as queixas de formigamentos e alternância de resfriamento e calorões nos pés e pernas, principalmente à noite.
Sintomas dermatológicos:
Pacientes diabéticos apresentam uma sensibilidade maior para infecções fúngicas de pele (tinha corporis, intertrigo) e de unhas (onicomicose). Nas regiões afetadas por neuropatia, ocorrem formações de placas de pele engrossada denominadas hiperceratoses, que podem ser a manifestação inicial do mal perfurante plantar.
Sintomas ortopédicos:
A perda de sensibilidade nas extremidades leva a uma série de deformidades como os pés planos, os dedos em garra, e a degeneração das articulações dos tornozelos ou joelhos ("Junta de Charcot").
Como o médico faz o diagnóstico ?
O diagnóstico pode ser presumido em pacientes que apresentam os sintomas e sinais clássicos da doença, que são: sede excessiva, aumento do volume e do número de micções (incluindo o surgimento do hábito de acordar a noite para urinar), fome excessiva e emagrecimento. Na medida em que um grande número de pessoas não chega a apresentar esses sintomas, durante um longo período de tempo, e já apresentam a doença, recomenda-se um diagnóstico precoce .
O diagnóstico laboratorial do Diabetes Mellitus é estabelecido pela medida da glicemia no soro ou plasma, após um jejum de 8 a 12 horas. Em decorrência do fato de que uma grande percentagem de pacientes com DM tipo II descobre sua doença muito tardiamente, já com graves complicações crônicas, tem se recomendado o diagnóstico precoce e o rastreamento da doença em várias situações. O rastreamento de toda a população é porém discutível.
Fatores de Risco para o Diabetes Mellitus
Existem situações nas quais estão presentes fatores de risco para o Diabetes Mellitus, conforme apresentado a seguir:
 
Idade maior ou igual a 45 anos
História Familiar de DM ( pais, filhos e irmãos)
Sedentarismo
HDL-c baixo ou triglicerídeos elevados
Hipertensão arterial
Doença coronariana
DM gestacional prévio
Filhos com peso maior do que 4 kg, abortos de repetição ou morte de filhos nos primeiros dias de vida
Uso de medicamentos que aumentam a glicose ( cortisonas, diuréticos tiazídicos e beta-bloqueadores)
Objetivos do Tratamento
Os objetivos do tratamento do DM são dirigidos para se obter uma glicemia normal tanto em jejum quanto no período pós-prandial, e controlar as alterações metabólicas associadas.
Tratamento
O tratamento do paciente com DM envolve sempre pelos menos 4 aspectos importantes:
Plano alimentar: É o ponto fundamental do tratamento de qualquer tipo de paciente diabético. O objetivo geral é o de auxiliar o indivíduo a fazer mudanças em seus hábitos alimentares, permitindo um controle metabólico adequado. Além disso, o tratamento nutricional deve contribuir para a normalização da glicemia, diminuir os fatores de risco cardiovascular, fornecer as calorias suficientes para manutenção de um peso saudável, prevenir as complicações agudas e crônicas e promover a saúde geral do paciente. Para atender esses objetivos a dieta deveria ser equilibrada como qualquer dieta de uma pessoa saudável normal, sendo individualizada de acordo com as particularidades de cada paciente incluindo idade, sexo, situação funcional, atividade física, doenças associadas e situação sócioeconômico-cultural.
Composição do plano alimentar
A composição da dieta deve incluir 50 a 60% de carboidratos, 30% de gorduras e 10 a 15% de proteínas. Os carboidratos devem ser preferencialmente complexos e ingeridos em 5 a 6 porções por dia. As gorduras devem incluir no máximo 10% de gorduras saturadas, o que significa que devem ser evitadas carnes gordas, embutidos, frituras, laticínios integrais, molhos e cremes ricos em gorduras e alimentos refogados ou temperados com excesso de óleo. As proteínas devem corresponder a 0,8 a 1,0 g/kg de peso ideal por dia, o que corresponde em geral a 2 porções de carne ao dia. Além disso, a alimentação deve ser rica em fibras, vitaminas e sais minerais, o que é obtido pelo consumo de 2 a 4 porções de frutas, 3 a 5 porções de hortaliças, e dando preferência a alimentos integrais. O uso habitual de bebidas alcoólicas não é recomendável, principalmente em pacientes obesos, com aumento de triglicerídeos e com mau controle metabólico. Em geral podem ser consumidos uma a duas vezes por semana, dois copos de vinho, uma lata de cerveja ou 40 ml de uísque, acompanhados de algum alimento, uma vez que o álcool pode induzir a queda de açúcar (hipoglicemia).
Atividade física: Todos os pacientes devem ser incentivados à pratica regular de atividade física, que pode ser uma caminhada de 30 a 40 minutos ou exercícios equivalentes. A orientação para o início de atividade física deve incluir uma avaliação médica adequada no sentido de avaliar a presença de neuropatias ou de alterações cardio-circulatórias que possam contra-indicar a atividade física ou provocar riscos adicionais ao paciente.
Medicamentos, Hipoglicemiantes orais: São medicamentos úteis para o controle de pacientes com DM tipo II, estando contraindicados nos pacientes com DM tipo I. Em pacientes obesos e hiperglicêmicos, em geral a medicação inicial pode ser a metformina, as sultoniluréias ou as tiazolidinedionas. A insulina é a medicação primordial para pacientes com DM tipo I, sendo também muito importante para os pacientes com DM tipo II que não responderam ao tratamento com hipoglicemiantes orais.
Rastreamento: O rastreamento, a detecção e o tratamento das complicações crônicas do DM deve ser sempre realizado conforme diversas recomendações. Essa abordagem está indicada após 5 anos do diagnóstico de DM tipo I, no momento do diagnóstico do DM tipo II, e a seguir anualmente. Esta investigação inclui o exame de fundo de olho com pupila dilatada, a microalbuminúria de 24 horas ou em amostra, a creatinina sérica e o teste de esforço. Uma adequada analise do perfil lipídico, a pesquisa da sensibilidade profunda dos pés deve ser realizada com mofilamento ou diapasão, e um exame completo dos pulsos periféricos dever ser realizada em cada consulta do paciente. Uma vez detectadas as complicações existem tratamentos específicos, os quais serão melhor detalhados em outros artigos desse site.
Como se previne ?
A prevenção do DM só pode ser realizada no tipo II e nas formas associadas a outras alterações pancreáticas. No DM tipo I, na medida em que o mesmo se desenvolve a partir de alterações auto-imunes, essas podem ser até mesmo identificadas antes do estado de aumento do açúcar no sangue. Esse diagnóstico precoce não pode ser confundido porém com prevenção, que ainda não é disponível.
No DM tipo II, na medida em que uma série de fatores de risco são bem conhecidos, pacientes que sejam portadores dessas alterações podem ser rastreados periodicamente e orientados a adotarem comportamentos e medidas que os retire do grupo de risco.
Assim é que pacientes com história familiar de DM, devem ser orientados a:
 
manter peso normal
praticar atividade física regular
não fumar
controlar a pressão arterial
evitar medicamentos que potencialmente possam agredir o pâncreas (cortisona, diuréticos tiazídicos)
Essas medidas, sendo adotadas precocemente, podem resultar no não aparecimento do DM em pessoa geneticamente predisposta, ou levar a um retardo importante no seu aparecimento e na severidade de suas complicações. 
 
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?127





sexta-feira, 27 de maio de 2011

el gato de papel: Homenaje

el gato de papel: Homenaje: "La gente de I con I me pidió una ilustración para el noticiero de ferbrero . El tema: presentar una asociación u ONG que conozcamos bien..."

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Banho de Contraste: Como fazer?

Nervous system

Polineuropatia


Polineuropatia

Referência  em  FISIOTERAPIA  na  Internet

Trabalho realizado por: Marceli - Alessandra - Juliana - Kátia - Renata
Sandro - Danielle
Orientador:
Prof. Blair José Rosa Filho
 

NEUROPATIAS TRAUMÁTICAS


INTRODUÇÃO

Neste trabalho, abordaremos vários tipos específicos de polineuropatias e radiculopatias.

As polineuropatias se caracterizam pelos distúrbios e lesões traumáticas que levam a um comprometimento das raízes nervosas espinhais e nervos periféricos. Podem atingir em determinados estágios as regiões motoras e sensitivas.

Temos como objetivo elucidar as varias formas e disfunções neuropaticas, assim como, seu diagnostico diferencial, conduta clínica, pontos de conduta e tratamentos fisioterápicos isolados, ou seja, para cada tipo de lesão das raízes nervosas.

Observaremos ao decorrer deste, que as polineuropatias são classificadas e distinguidas por:
– Neuropatias motoras e sensoriais;
– Síndrome de Guillain-Barré;
– Doença de Hansen;
– Síndromes de encarceramento nervoso;
– Paralisia de Klumpke;
– Paralisia de Erb;

Portanto, abordaremos estes e outros assuntos mais detalhadamente a seguir.


ESTRUTURA ANATÔMICA DOS NERVOS PERIFÉRICOS

Os ramos ventrais formam nervos que passam para os membros superior e inferior e para as regiões antero-laterais do tronco. Os que estão na região cervical superior unem-se para formar o plexo cervical inferior mais o primeiro ramo torácico unem-se para formar o plexo braquial. Os plexos então se dividem em nervos que suprem a cabeça, pescoço e membros superiores. Nas regiões lombar e sacral os ramos formam os plexos lombar e sacral que então suprem a parte inferior do tronco e os membros inferiores. Os ramos na região torácica correm separadamente e apresentam um arranjo segmentar em seu suprimento para as regiões superior e lateral do tórax.

As fibras que formam um nervo periférico são derivadas dos sistemas nervosos somático e autônomo. Elas são divididas em três classes, de acordo com seu tamanho e velocidade de condução. A classe A é das maiores, que conduzem mais distante e compreende as fibras somáticas eferente e aferente. A classe B são fibras autônomas pré-gangliônicas mielinizadas. A classe C são fibras autônomas e sensoriais mielinizadas de condução lenta.

Um nervo periférico compreende fibras nervosas dispostas em feixe chamados fascículos. Cada fascículo pode conter desde poucas fibras até centenas delas, dependendo do tamanho do nervo e das estruturas que ele supre. Cada fascículo e circundado por uma bainha do tecido conjuntivo de perineuro e estende-se entre as fibras nervosas, sendo um tecido conjuntivo mais delicado, chamado de endoneuro. A ligação dos fascículos é um tecido conjuntivo mais fibroso, chamado de epineuro.

Nas fibras mielinizadas e não mielinizadas há um grande número de células de Shuwann que circundam o axônio ou em certos casos, alguns dos axônios podem ser invaginados nas células de Shuwann. Os nódulos de Ranvier são espaços entre as células de Shuwann adjacentes e ocorrem em intervalos irregulares ao longo da fibra. O axolema é exposto nos nodos de Ranvier e é esse arranjo que permite a condução rápida que ocorre quando o impulso vai de nodo pela condução saltatória.


DEGENERAÇÃO WALLERIANA

As alterações ocorrem nas fibras nervosas desde o ponto de rompimento distalmente ao órgão efetor ou receptor e proximalmente até o nodo de Ranvier acima da incisão. Embora a degeneração inicial comece no local da lesão, ocorrem alterações subseqüentes simultaneamente em toda a extensão da fibra nervosa. Pensava-se que havia uma estabilidade bioquímica por pelo menos uma semana após o rompimento das fibras. Agora, demonstrou- se que há um aumento na concentração das enzimas hidrolíticas dentro de 12 horas da lesão, que é associada com a perda de proteína básica da bainha.

A bainha de mielina entra em colapso em gotículas de gordura do citoplasma de células de Schwann. Essas gotículas subseqüente mente fazem extração no espaço endoneural e são fagocitadas por macrófagos. Conforme este processo ocorre, as células de Schwann começam a proliferar, especialmente ao redor do espaço produzido quando há corte do nervo. O axônio se quebra e o debris é removido. Essas alterações acontecem dentro de 14-21dias após a lesão e o resultado final é um tubo endoneural vazio com as células de Schwann proliferantes.


REGENERAÇÃO

O novo crescimento do axônio ocorre no tubo endoneural desde que ele esteja intacto. Contudo, quando há o rompimento do nervo, e conseqüentemente um espaço no tubo no local da lesão, a regeneração é improvável, a menos que o nervo seja suturado. A proliferação das células de Schwann, que ocorre no comprimento do tubo e particularmente no ponto de rompimento, ajuda a guiar o axônio para o tubo e elas podem fazer uma ponte sobre o espaço se o rompimento não for muito grave. Os nervos mistos, que contêm fibras aferentes e eferentes, são um problema maior que os que contém apenas um tipo de fibras. Por exemplo, uma fibra de um neurônio sensorial poderia crescer em um tubo endoneural que termina em um órgão efetor e assim ser inútil, e, similarmente, uma fibra de um neurônio motor poderia ser inútil ao crescer para um órgão receptor. Outro fator que poderia deter a regeneração é a presença do tecido cicatricial que pode bloquear a via do axônio em crescimento. Se o nervo for cortado distante dos músculos que ele inerva, a degeneração das fibras musculares pode ocorrer antes que o nervo em regeneração atinja o órgão terminal.

Durante a regeneração, o axônio cresce a uma velocidade de 1-2mm por dia, embora a velocidade tenda a ser um pouco menor conforme ele se estende longe do corpo celular.


LESÕES TRAUMÁTICAS AGUDAS DAS RAÍZES NERVOSAS E NERVOS PERIFÉRICOS

As raízes nervosas e nervos periféricos podem ser lesados por um objeto rombo, causando uma contusão, por uma objeto cortante, produzindo uma laceração parcial ou completa, ou por um estiramento severo, que resultará numa lesão traumática por tração. Além do mais, os nervos são particularmente vulneráveis à isquemia prolongada que leva à necrose.


CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES:


Neuropraxia 
Há apenas um dano discreto do nervo com perda transitória da condutividade, nas suas fibras motoras. A degeneração walleriana ( decomposição química das bainhas de mielina em material lipídico e fragmentação das neurofibrilas ) não acontece e a recuperação completa pode ser esperada dentro de alguns dias ou semanas.

Axôniotmese
Este tipo de lesão danifica os axônios, mas não há dano na formação estrutural do nervo em si. Os axônios distais à lesão sofrem uma degeneração walleriana. A regeneração periférica dos axônios ocorre ao longo dos tubos neurais intactos para os órgãos terminais apropriados, aproximadamente 1mm por dia. Então levará aproximadamente 3 meses para que os axônios em regeneração reinervem aquele músculo.

Neurotmese
Neste tipo de lesão traumática, os nervos são seccionados, rompidos ou destruídos. A degeneração walleriana ocorre no segmento distal. A única esperança de recuperação é a rescisão cirúrgica da secção danificada do nervo e sutura das terminações reavivadas. Contudo, mesmo sob circunstancias ideais para a sutura nervosa, a recuperação é menos completa.


ASPECTOS CLÍNICOS 

Após uma lesão traumática de um nervo há perda da condutividade nas fibras autônomas, sensitivas e motoras. Os músculos supridos pela raiz nervosa ou nervo periférico exibem uma paralisia flácida e, sofrem atrofia. Uma perda da sensibilidade cutânea ou profunda e senso de posição podem ser detectados. O déficit das fibras autônomas se manifesta pela ausência de sudorese na distribuição cutânea do nervo, bem como uma vasodilatação temporária e pele quente resultante, seguida por vasoconstrição e pele fria. A gravidade delas depende da extensão do dano neurológico e do tipo de lesão.


FUNÇÃO MOTORA SOMÁTICA

Paralisia
A extensão da paralisia depende de quais nervos foram danificados. Uma lesão do nervo mediano na axila poderia resultar em paralisia de todos os músculos supridos pelo mediano abaixo do nível da lesão. Contudo, ela seria menor se o nervo mediano fosse rompido no punho ou apenas um ramo do nervo fosse afetado. A paralisia pode ser parcial, como, por exemplo, quando certas fibras de um músculo ficam intactas e outras são danificadas, resultando em fraqueza muscular. A paralisia dos músculos resulta na perda dos reflexos tendinosos.

Músculos Fracos 

Uma neuropraxia pode, as vezes, causar uma fraqueza dos músculos em vez de paralisia. Quando alguns músculos que trabalham como parte de um grupo são paralisados, então outros músculos podem ficar fracos porque são incapazes de funcionar normalmente. isso pode aplicar-se aos movimentos de todo o membro quando a atividade é impossível por causa da paralisia de um ou mais grupos de músculos.


FUNÇÃO SENSORIAL SOMÁTICA

Se as fibras nervosas aferentes somáticas são danificadas, então as modalidades de dor, toque, pressão e temperatura podem ser afetadas.

Anestesia - É a perda da sensação na área afetada que pode causar distúrbios consideráveis de função, dependendo da área afetada e da extensão da anestesia. A mão é um problema particular e pode sofrer mais lesões se o paciente não estiver totalmente consciente das dificuldades que surgem com a perda sensorial.

Disestesia: As lesões incompletas podem levar a um distúrbio na sensação em dormência e formigamento.

Analgesia: Lesões completas que afetam fibras e dão sensações de dor podem resultar em analgesia.

Hiperpatia: A dor é uma característica em certas lesões especialmente se for uma lesão incompleta.


DIAGNOSTICO

O diagnostico preciso, é relativo ao tipo de lesão traumática e sua localização, pode ser ajudado por testes elétricos apropriados ( testes de condução nervosa, curvas de resistência de duração e eletromiografia )
Se ocorreu paralisia dos músculos supridos por um determinado nervo, é importante determinar o tipo de lesão nervosa . em certos casos onde há uma ferida a intervenção cirúrgica é necessária, por causa de fratura ou outro dano, o cirurgião é capaz de ver se há uma neurotmese.


PROGNÓSTICO

O prognostico depende do tipo de lesão (neuropraxia, axonotmese ou neurotmese). Se a recuperação acontece, é primeiramente evidenciada pelo retorno da força muscular no músculo mais proximalmente suprido. O retorno da sensibilidade segue um padrão no qual a sensibilidade profunda retorna primeiro, seguida por dor e senso de posição.

Uma complicação incapacitante das lesões nervosas parciais, durante a fase de recuperação, é a severa dor em queimação na distribuição sensitiva do nervo. A dor é incapacitante em alguns pacientes, a ponto de a degeneração simpática do membro ser necessária.

Uma neurotmese é um problema bastante diferente e o prognóstico depende de muitos fatores, por exemplo:

1- Pode haver lesões associadas e o tratamento da lesão nervosa pode não ser a prioridade número um
2- Pode haver infecção.
3- Se as terminações nervosas estiverem limpas e em boa aposição, então os resultados da cirurgia provavelmente são melhores.
4- Os resultados após uma lesão nervosa mista não são tão bons quanto do nervo não misto.
5- Se a lesão estiver perto dos órgãos efetor e/ou receptor, provavelmente o resultado é melhor.
6- A idade e a saúde geral do paciente.
Mesmo, se todos os fatores forem favoráveis à recuperação, é raro obter uma recuperação de mais de 60%.

Conduta 

Ela depende da causa e do tipo de lesão. Há lesões associadas nos ossos, articulações e/ ou tecidos moles de modo que o cirurgião pode ter que lidar com uma situação complexa, naquela lesão nervosa é apenas uma entre várias lesões.


ESTADO PSÍQUICO DO PACIENTE


Quando uma criança sofre de lesão obstétrica do plexo braquial, os pais levam ressentimentos ao medico que realizou o parto. Esta atitude negativa, que é compreensível, mas raramente justificável, pode persistir por muitos anos. Portanto, aqueles que tratam as crianças, têm obrigação moral de garantir aos pais que, caso não tivesse o medico agido como ele o fez durante este estagio critico do nascimento ou hipoxia cerebral irreparável com resultante dano cerebral.


TRATAMENTO

Nem a neuropraxia nem a axonotmese requer intervenção cirúrgica, a menos que haja necessidade de aliviara pressão no nervo. Uma neurotmese precisa ser suturada se houver alguma chance de recuperação.

Conduta Fisioterápica

Neuropraxia
Isso pode não requerer tratamento porque a recuperação tem probabilidade de ocorrer dentro de poucas semanas, contudo um paciente pode precisar de aconselhamento para realizar o máximo de movimento possível no membro e receber garantias sobre a recuperação gradual da função normal. Ocasionalmente, com a neuropraxia aparente, algumas fibras podem ser mais extensamente danificadas(axonotmese) com degeneração resultante e, então, é necessário tratamento.

Axonotmese e neurotmese

Avaliação

A avaliação inicial é muito importante na determinação da conduta. O Fisioterapeuta precisa conhecer a história, o prognóstico provável, a conduta clínica ou cirúrgica proposta e o nível de detalhes que foi explicado pelo paciente.

Durante o exame subjetivo. O Fisioterapeuta pode avaliar a reação do paciente à lesão e sua motivação com relação a recuperação. É feita uma avaliação dosa problemas conforme são vistos pelo paciente , com relação às atividades do cotidiano, sua profissão e atividades de lazer.

O exame objetivo fornece detalhes de paralisia e fraqueza muscular. Alguns pacientes adaptam-se rapidamente à perda de movimentos e podem realizar movimentos hábeis, enquanto outros tem maior deficiência que a perda da força muscular poderia indicar. Esta última pode ser devido a perda sensorial e é importante verificar a extensão dela muito cuidadosamente.

Um exame das modalidades sensitivas revelas quais modalidades são alteradas pela lesão. As áreas de anestesias podem ser mostradas em um diagrama do membro ou do corpo. Quando uma área de anestesia está presente, o teste deve começar nessa área e se mover par a parte normal ( teste de tínel), porque senão, quando o paciente sente o toque em uma área normal, pode imaginar que pode senti-lo na parte anestesiada. Pode haver áreas de hiperestesia, particularmente se a lesão for incompleta. O examinador deve observar alterações na cor textura da pele, perda de massa muscular e qualquer deformidade.

A perda funcional depende da extensão da lesão e dos grupos musculares específicos afetados. Por exemplo, uma lesão do nervo radial permite muito pouco uso da mão, embora os flexores e músculos intrínsecos ainda estejam inervados.


PRINCÍPIOS E TRATAMENTO

Atendimento inicial durante o estágio de paralisia:
Existem certos objetivos básicos do tratamento que podem ser modificados ou alterados, dependendo da lesão específica e da avaliação de cada paciente.

Prevenir ou reduzir edema 

O paciente deve aprender como posicionar o membro, particularmente em repouso, e receber aconselhamento geral sobre a prevenção do edema. Pode haver problemas se houver outras lesões associadas que impeçam o posicionamento adequado e o movimento.
O movimento é muito importante por causa da ação do bombeamento dos músculos sobre os vasos e o movimento ativo das articulações, que estira e comprime os vasos, mantendo assim uma circulação adequada. Se isso não for possível, os movimentos passivos ajudam a manter a circulação. A massagem pode ser feita para reduzir o edema, idealmente, com o membro na posição elevada.

Manter a circulação na área afetada

Uma desaceleração na circulação reduz o suprimento efetivo de nutrição para os tecidos e a remoção dos produtos de detritos. Os movimentos ativos são o melhor meio de prevenir essa desaceleração, mas os movimentos passivos e a massagem ajudam se houver paralisia.

Prevenir contraturas

É essencial prevenir o desenvolvimento de qualquer contratura que poderia impedir a recuperação. Os movimentos passivos devem ser realizados para manter a variação total de movimentos articulares e para manter o comprimento total dos músculos. Os movimentos passivos devem ser realizados diariamente, pois a rigidez pode se desenvolver muito rapidamente.

Manter atividade e a força dos músculos não afetados

O paciente deve ser encorajado a usar os músculos não afetados do membro. Se isso não for possível por causa da paralisia, o Fisioterapeuta deve ser capaz de facilitar o movimento apoiando o membro ou a fala funcional, permitindo que os movimentos ocorram.

Manter a função

O paciente deve ser encorajado a usar o membro o máximo possível. O uso de talas bem desenhadas e bem aplicadas (talas funcionais) pode permitir certa atividade funcional.

Estágio de recuperação

Em um nervo misto, o programa de recuperação inclui a reeducação motora e sensorial. Dependendo do nervo e da extensão da perda motora e sensorial, a reeducação pode ser igualmente importante, especialmente no caso da mão.

Reeducação muscular

Durante a realização de movimentos passivos antes que a recuperação ocorra, é bom que o paciente pense sobre o movimento desde que ele não cause muitas ansiedade.


COMPRESSÃO DAS RAÍZES NERVOSAS ESPINHAIS

Os distúrbios da coluna vertebral, podem causar compressão contínua ou intermitente de raízes nervosas associadas. Na região lombar a causa mais comum é a herniação do disco intervertebral; e na região cervical é o estreitamento por osteófitos do foramen intervertebral. Muitos outros distúrbios da coluna vertebral, podem produzir compressão de raízes nervosas; estas incluem infecções vertebrais; neoplasma primário e secundário e lesões traumáticas da coluna vertebral.

O principal sintoma da compressão da raiz nervosa é a dor, que se irradia na distribuição da raiz nervosa (dor radicular ). A dor da raiz nervosa é exacerbada pelas seguintes atividades:

• Movimentos da coluna vertebral, que aumentem a compressão da raiz nervosa;
• Tosse ou espirro, que aumentam a pressão do líquido cerebroespinhal;
• Elevação do membro estendido, que aumenta a tensão da raiz nervosa comprimida.

A parestesia, tal como dormência ou formigamento, na distribuição da raiz nervosa pode ser também experimentada.

O tratamento da compressão da compressão da raiz nervosa é aquele da condição causadora básica. Além de repouso local e imobilização da coluna, a descompressão cirúrgica da raiz nervosa é algumas vezes necessária.


LESÕES TRAUMÁTICAS ABERTAS

A ferida é explorada e o nervo é identificado. Se a secção do nervo é limpa, comum pedaço de vidro ou uma faca, a sutura do nervo é indicada. Se as extremidades nervosas seccionadas estão esfiapadas. O mais correto é aproximar as duas extremidades por meio de uma sutura simples e adiar o reparo definitivo para 2 ou 3 semanas. Durante este período, é possível avaliar a extensão da porção danificada que, então deve serressecada; além do mais, neste período, a bainha nervosa tendo ser tornada espessa, é mais eficazmente saturada.

O reparo cirúrgico de um nervo0 periférico lesado tem sido melhorado com o uso do microscópio cirúrgico.


LESÕES TRAUMÁTICAS FECHADAS

Em lesões fechadas, que são complicadas pela perda da função do nervo, pode ser admitido que a continuidade no nervo danificado não tenha sido perdida. Em 75% das fraturas fechadas, a bainha nervosa está intacta. Desta maneira, é razoável o tempo de espera para a recuperação.

PARALISIA RESIDUAL

Em algumas lesões traumáticas nervosas, o dano é irreparável e a paralisia é permanente; em outros, mesmo após o reparo, pode haver alguma paralisia residual. Sob esta circunstancias, o tratamento é baseado nos princípios ortopédicos dos distúrbios e lesões traumáticas neurológicas.

LESÕES POR TRAÇÃO DO PLEXO BRAQUIAL

O plexo nervoso braquial é muito mais vulnerável a lesões por tração do que o plexo lombosacro, porque o membro superior é muito menos fixado ao tronco do que o membro inferior, e é mais facilmente afastado por força da tração. A maioria das lesões por tração do plexo braquial ocorre quando a cabeça e o pescoço são forçados lateralmente, enquanto, ao mesmo tempo, o ombro no lado oposto é forçado para baixo ou mantido fixo com a cabeça e o pescoço. Tais lesões resultam de um parto difícil (lesão traumática obstétrica ) ou de um acidente numa estrada.

LESÕES TRAUMÁTICAS DO PLEXO BRAQUIAL NO PARTO (Paralisia Obstétrica )

Durante um difícil parto de uma criança grande com apresentação cefálica, uma forte flexão lateral aplicada à cabeça e ao pescoço pode produzir uma lesão por tração do plexo braquial. O mesmo tipo de lesão pode ocorrer durante um parto pélvico no estagio que a cabeça ainda esta retida, e uma forte flexão lateral é aplicada ao tronco e a coluna cervical. A lesão traumática resultante do plexo braquial varia de um discreto estiramento a uma ruptura completa de um ou mais troncos, ou mesmo a avulção das raízes nervosas da medula espinhal. O resultado é uma lesão do neurônio motor inferior; mista, pois é também sensitiva.


PARALISIA BRAQUIAL DO TIPO SUPERIOR ( Paralisia de ERB )

O tipo mais comum de paralisia obstétrica é uma lesão por tração dos troncos superiores (C-5 e C-6 ) com paralisia resultante do ombro e da parte superior do braço.


PARALISIA DO TIPO INFERIOR (Paralisia de Klumpke )

Neste raro tipo de paralisia obstetrícia, os troncos inferiores do plexo braquial (C-8, T1) ficam traumatizados e, consequentemente, a paralisia resultante compromete os músculos do antebraço e da mão. O prognostico para a recuperação e operações, tal como transferencia tendinosa, podem ser necessárias para melhorar a função da mão.


PARALISIA DO TIPO BRAQUIAL COMPLETA


Uma lesão traumática por tração obstétrica que envolva o plexo braquial inteiro, é geralmente tão severa que nenhuma recuperação é esperada. Provavelmente algumas raízes nervosas estejam desinseridas da medula espinhal. Há perda completa da sensibilidade e paralisia completa de todo o membro superior; além do mais, pode haver a síndrome de Horner no lado devido à lesão das fibras simpáticas da primeira raiz torácica.


LESÕES TRAUMÁTICAS DO PLEXO BRAQUIAL

A maioria dos acidentes que envolvem uma queda severa, pancada no lado da cabeça ou depressão simultânea do ombro pode produzir uma lesão por tração do plexo braquial em crianças e adultos. Acidentes de trafico, particularmente os de motocicletas, são as causas mais frequentes de tais lesões.


LESÕES TRAUMÁTICAS AGUDAS DE NERVOS PERIFÉRICOS ESPECÍFICOS

Embora, qualquer nervo possa ser lesado, alguns são mais freqüentemente lesados do que os outros. Alguns exemplos de lesões traumáticas mais comuns são: O Nervo Axilar, O nervo radial, O nervo ulnar, O nervo mediano, O nervo ciático e o nervo poplíteo.


LESÕES ESPECÍFICAS DOS NERVOS

Membro Superior

Lesões do nervo axilar

Essa não é uma lesão comum, mas pode ocorrer associada com lesões perto do ombro, em particular luxação do ombro ou fratura do colo cirúrgico do úmero. Em geral esse tipo de lesão é uma neuropraxia ou axonotmese e não uma neurotmese, pois o nervo provavelmente é estirado ou comprimido pela lesão e não e cortado.

Características Clínicas

A deficiência funcional principal devida a lesão de nervo é a incapacidade de abduzir o braço por causa da paralisia do deltóide. Vários pacientes desenvolvem um movimento hábil que possibilita que elevem o braço.

Os músculos se desgastam. Isso pode ser observado pela perda do contorno sobre o ombro, que normalmente é gerado pela massa do deltóide. A perda sensorial é mínima por causa da superposição de suprimento sensorial, mas há uma pequena área de anestesia sobre a parte inferior do músculo.

Fisioterapia

O Fisioterapeuta deve determinar que há uma variação total de outros movimentos, particularmente rotação lateral.

Se a lesão for uma neuropraxia, a recuperação deve ocorrer dentro de algumas semanas, embora o progresso possa ser pouco mais lento que após a luxação não complicada. Após uma axonitmese, o progresso é mais lento por causa da degeneração do nervo. É essencial manter os movimentos passivos totais até que o nervo se regenere e o músculo possa ser fortalecido.

É preciso lembrar que muitos dos pacientes com essas lesões são idosos e, assim há um grande perigo de desenvolvimento de rigidez do ombro.


Lesões do nervo ulnar

O nervo pode ser lesado na axila por pressão como a causa de dormir com braço sobre o espaldar de uma cadeira ou, nos pacientes que usam muletas axilares, pela pressão da muleta. Ocasionalmente, pode haver lesão devida a uma ferida. No cotovelo, o nervo pode ser estirado ou rompido quando ocorre uma fratura ou luxação. Mais tarde, depois dessas lesões o nervo pode ser comprimido por tecido cicatricial ou formação de calo. A lesão no punho geralmente ocorre como resultado de trauma direto causado por um corte ou ferida.

Característica Clínica

Lesão no antebraço ou acima- Ela causa paralisia do flexor ulnar do carpo da metade medial do flexor profundo dos dedos. Isso resulta no enfraquecimento do desvio ulnar e na perda de flexão das falanges terminais do terceiro e quarto dedos. Na mão, há paralisia dos seguintes músculos pequenos: abdutor dos dedos mínimos oponente dos dedos mínimos, interósseos, terceiro e quarto lumbricais, adutor do polegar e geralmente do flexor curto do polegar. Isso resulta na perda da capacidade de abduzir os dedos e fletir o terceiro e quarto

Dedos nas articulações metacarpofalângicas, enquanto as articulações interfalângicas estão estendidas. Essa deficiência limita gravemente o uso da mão, particularmente no poder de preensão. A perda do adutor do polegar e do flexor curto do polegar enfraquece a preensão tipo pinça.

A perda sensitiva depende do nível da lesão: se ela for no cotovelo, o cutâneo palmar, o cutâneo dorsal e os ramos terminais superficiais são afetados. Isso determina uma área de anestesia no lado ulnar da mão, nas regiões palmar e dorsal e nos dedos mínimos, anular e parte do médio.

Se a lesão for no punho, a paralisia afeta apenas os músculos na mão e a perda da sensibilidade pode afetar apenas os dedos, amenos que a lesão também corte os nervos cutâneos dorsal e palmar.

Fisioterapia

A paralisia impede a maioria das atividades da mão, o que é particularmente incapacitante se for na mão dominante. A tala funcional pode permitir o uso razoável da mão se o paciente for incentivado e ensinado como usa-la.

A perda da sensibilidade pode causar problemas e o paciente deve ser alertado para ser cuidadoso nas atividades que utilizam o lado ulnar da mão, por exemplo, tirar alguma coisa do forno. Se o nervo tiver que ser suturado no cotovelo, normalmente isso não interfere no tratamento da mão. Contudo, uma lesão no punho pode requerer um tratamento modificado no estágio inicial para evitar o estiramento do nervo. provavelmente há dano em outras estruturas, possivelmente o nervo mediano e/ ou tendões flexores, que complicam na reabilitação.

Nervo Mediano

O nervo mediano pode ser danificado em qualquer parte do seu curso, mas as lesões mais comuns são na região do punho. As lacerações nessa áreas, que causam uma lesão no nervo, freqüentemente são combinadas com uma lesão do nervo ulnar e danos nos tendões flexores. O outro tipo de lesão é uma compressão do nervo mediano no túnel cárpico.


Laceração no punho, causando uma neurotmese
Características Clínicas

Os músculos paralisados são aqueles da eminência tênar, abdutor curto do polegar e oponente do polegar (o flexor curto do polegar geralmente é suprido pelo nervo ulnar) e os dois primeiros lumbricais. Como resultado o polegar fica para trás no mesmo plano dos dedos, produzindo deformidades conhecida como mão de macaco(main em singe).

A perda da sensibilidade anestesia o lado externo da palma da mão e da superfície palmar do polegar, indicador médio e metade do dedo anular. As vezes, há distúrbio em vez de perda de sensibilidade e dor.

Alterações tróficas freqüentemente são aparentes nessa lesão, que pode ser devida a um grande número de fibras vasomotoras e em parte a dano na área por causa da falta de sensibilidade.

Fisioterapia

Os movimentos passivos devem ser administrados a todos os movimentos do polegar. O paciente deve aprender a fazer esses movimentos e tomar cuidado para que eles sejam realizados de maneira adequada. O paciente deve receber instruções sobre o tratamento das áreas de anestesia. Quando uma tala é ajustada o paciente deve ser incentivado a usar a mão o máximo possível. A reeducação motora e sensitiva deve ser administrada para tentar reassumir a função.

Compressão do túnel cárpico

Pode ocorrer em mulheres entre 40 e 50 anos de idade e pode ser o resultado de alterações nos tecidos moles, particularmente inflamação das bainhas sinoviais. Também é uma complicação que ocorre na artrite reumatóide.

Características clinicas 

Os problemas iniciais podem ser basicamente sensitivos, com dor e formigamento na área de suprimento sensorial. Mais tarde, pode haver uma área de anestesia e paralisia dos músculos mencionados nas lacerações do punho.

Conduta

A divisão cirúrgica do retináculo flexor dá alívio à compressão. Isso geralmente é seguido por recuperação completada sensibilidade e função quase completa.

Nervo radial

As lesões na axila podem ser devidas à compressão ou, mais raramente, a uma ferida. A pressão pode ser causada por adormecer com o braço sobre o espaldar de uma cadeira ou, no caso de pacientes que usam muletas axilares, ser devida ao uso incorretos dessas muletas.
As fraturas na mesodiáfise do úmero podem causar uma lesão do nervo por causa de sua posição no sulco umeral. Ela pode ser neurotmese, axonotmese ou neuropraxia. Às vezes, a neuropraxia é uma complicação tardia depois dessa fratura, se houver muita formação de calo. As fraturas supracondilares do úmero ou as luxações do cotovelo podem lesar o nervo radial.

Características Clínicas 

Uma lesão do nervo abaixo da axila resulta em paralisia dos seguintes músculos: braquiorradial, extensores radiais curto e longo do carpo, supinador, extensor dos dedos mínimos, extensor ulnar do carpo, extensor longo do polegar e extensor curto do polegar. O principal problema é a incapacidade de estender o punho e os dedos. A perda de ação sinergística dos extensores do punho impede que o paciente use os flexores dos dedos adequadamente para preensão. Se a lesão for na axila, pode haver uma ligeira fraqueza no tríceps. A perda da sensibilidade causa deficiência mínima nessa lesão, porque a área de anestesia seria no aspecto dorsal da mão, além de uma pequeníssima área no lado antero-lateral da eminência tênar.


Fisioterapia

Os movimentos passivos são muitos importantes nessa lesão para manter o arco de movimento e o comprimento muscular. Vários músculos trabalham sobre mais de uma articulação e devem ser totalmente estirados, senão pode ser difícil adquirir uma função boa mesmo se ocorrera regeneração do nervo. Se o paciente faz sozinho os movimentos passivos, esses pontos devem ser enfatizados e o Fisioterapeuta deve observar se estão sendo realizado adequadamente.

A reeducação é relacionada principalmente com a função motora.
As lesões acima são as mais comumente observadas. Todas as outras exigem os princípios básicos de conduta e alguns pontos específicos, dependendo da lesão. Vale a pena mencionar três outras lesões:

1- Lesão do plexo braquial( Em geral são lesões por tração ou podem ser causadas por uma ferida. Pode haver dano em todas as raízes do plexo: C5, C6, C7, C8 e T1.
2- Paralisia de Erb( Em geral é o resultado de uma lesão ao nascimento e danifica as fibras do 5º e 6º nervos cervicais.
3- Paralisia de Klumpke( Pode ser causada por tração súbita ou possivelmente por lesões ao nascimento e danifica as fibras de C8 e T1. as lesões ao nascimento não são muito comuns agora, por causa do melhor atendimento obstétrico.


Extremidade Inferior

Nervo Ciático

Felizmente o nervo raramente é lesado, porque a perda funcional resultante é bastante considerável. Ocasionalmente, pode ser danificado como resultado de uma luxação posterior da articulação do quadril. Se todo o nervo for danificado, a paralisia atinge os músculos da "pata de ganso" e todos os músculos da perna inferior e do pé. Há perda da sensibilidade de todo membro inferior e do pé, exceto no lado medial.


Nervo Femoral

Esse nervo raramente é danificado, mas se for, os resultado é paralisia do quadríceps e anestesias na maior parte da região da coxa e do lado medial da perna e do pé.

Nervo Fibular comum

É o nervo mais comumente lesado na perna e geralmente ocorre como resultado de lesão perto do colo da fíbula. A lesão pode ocorrer como uma complicação de fraturas do colo da fíbula ou côndilo tibial lateral, ou pode haver compressão de talas. A lesão pode afetar o fibular comum ou um dos dois ramos. O nervo fibular profundo tem a maior probabilidade de ser afetado.


Características Clínicas 

Se o nervo fibular comum for danificado há paralisia do tibial anterior, extensor longo do polegar, extensor dos dedos, fibular longo, fibular curto e terceiro fibular. Isso gera a perda de dorsiflexão, extensão e eversão dos artelhos. A inversão é fraca por causa da paralisia do tibial anterior. Uma vez que o paciente tender a arrastar o pé quando anda e, para evitar isso geralmente flete o quadril e o joelho, ocorre uma marcha com passo alto. A perda da sensibilidade ocorre na região lateral da perna e no dorso do pé, mas não causa nenhuma deficiência funcional.

Quando apenas o nervo fibular profundo é danificado, os fibulares longo e curto não ficam paralisado e assim pode ocorrer eversão na posição de flexão plantar. A deficiência funcional para andar é a mesma da lesão do fibular comum. A perda da sensibilidade é muito menor, afetando apenas o espaço comissural entre o hálux e o segundo artelho.

Fisioterapia

Uma neuropraxia pode não precisar de nenhum tratamento, mas onde há degeneração do nervo, é importante manter os movimentos passivos de excursão total, especialmente dorsiflexão . Se o paciente capaz de andar , isso ajuda a manter um estiramento no tendão calcâneo.

Durante a fase de paralisia, o fisioterapeuta deve garantir que o paciente ande tanto quanto a deficiência permitir, particularmente quando está usando uma tala para manter o pé em dorsiflexão.

Conforme a regeneração ocorre, os músculos devem ser reforçados e a função normal reassumida. A extensão da reeducação depende das necessidades do paciente, tanto para o trabalho, como para o lazer.

POLINEUROPATIA (polineurite)

Esse distúrbio resulta em disfunção disseminada dos nervos periféricos e afeta os sistemas somáticos e visceral. Há várias causa conhecidas, mas alguns agentes causadores são desconhecidos, particularmente nas neuropatias produzidas por efeitos metabólicos. A infecção direta e rara, mas a indireta, como a que ocorre na síndrome de Guillain-Barré, é relativamente comum. É uma polineuropatia pós - infecciosa e parece ser resultado de uma resposta auto-imune após uma infecção viral ou alergênica. As causas metabólicas incluem substâncias tóxicas, como alguns dos metais pesados, um dos efeitos colaterais de certas drogas podem ser uma poli-neuropatia; falta de certas vitaminas, como B1 e B2 e certos distúrbios endócrinos, dos quais o mais comum é o diabetes. Os distúrbios vasculares como o ateroma podem levar a uma polineuropatia por causa da deterioração no suprimento sangüíneo para fibras nervosas. Os distúrbios de colágeno, por exemplo, a artrite reumatóide e a polineurite nodosa podem desenvolver uma polineuropatia. Também há distúrbios genéricos, por exemplo,distrofia muscular fibular.

O modo de início varia dependendo da causa e, assim uma polineuropatia infecciosa ou pós- infecciosa tem início agudo ou subagudo. Alguns distúrbios metabólicos podem gerar um início agudo, ou subagudo, embora os distúrbios endócrinos como diabetes, tendem a ser mais crônicos. As doenças vasculares e de colágeno geralmente tem desenvolvimento insidioso.

Patologia

Dependendo da causa da condição, há dois processos patológicos diferentes que podem acontecer.

1- Degeneração axonal: o corpo da célula nervosa e o axônio são afetados e o processo é similar à degeneração walleriana. Se a regeneração ocorrer, não é completa e a recuperação é lenta. A degeneração axonal tende a ocorrer nas neuropatias com as seguintes causas: venenos, deficiências nutricionais, isquemia.
2- Desmielinização segmentar: Ela afeta a célula de Schwann, resultado em desmielinização. É mais provável que ocorra recuperação neste tipo de lesão e, se ocorrer, é rápida em geral completa. Esse tipo de processo pode ocorrer com uma neuropatia diabética e a síndrome de Guillain-Barré.

Características Clínicas

Uma característica inicial freqüentemente é sensorial, com o paciente queixando-se de dor, formigamento e dormência, que em geral ocorrem nas mãos e nos pés. A fraqueza muscular e/ou paralisia ocorre principalmente nos membros e mais nos inferiores que nos superiores. É mais marcante distal que proximalmente e com freqüência resulta em pé ou punho caído.

As contraturas se desenvolvem cedo e pode haver aderências fibrosas. A perda de propriocepção gera uma ataxia que pode ser observada se o paciente tiver algum movimento ativo e é particularmente marcante nos membros inferiores, dando ao paciente a marcha de passo alto.

Os reflexos do tendão ficam diminuídos ou são perdidos. As alterações tróficas podem levar à aparência da pele vermelha e brilhante e pode haver um envolvimento cardíaco, que resulta em arritmia cardíaca. Alguns dos nervos cranianos podem ser afetados e, certas neuropatias.


SÍNDROME DE GUILLAIN - BARRÉ

Em geral tem início agudo, embora, às vezes, seja subagudo e o paciente pode ter febre. A paralisia começa distal e move-se proximalmente. Ainda, pode afetar os músculos do tronco e da cabeça. As paralisias bulbar e respiratória podem ser uma complicação dessa condição.
As alterações sensoriais são variáveis e podem ser graves, com hiperalgia e hiperestesia, ou podem haver alguns casos sem distúrbio sensorial.

Fisioterapia

Nos casos onde há poucas chances de recuperação, o principal objetivo é reter o máximo de função possível. É importante evitar o desenvolvimento de contraturas e, assim, os movimentos passivos para manter a variação articular e o comprimento muscular devem ser administrados regularmente. Eles são necessários para auxiliar a circulação, porque a trombose venosa profunda pode ser uma complicação, particularmente
com perda de movimento e do efeito de bomba muscular. O paciente provavelmente não pode realizar sozinho os movimentos passivos e, assim é preciso ensiná-lo a um parente.


CONCLUSÃO

Concluímos, por meio deste, que as polineuropatias e as radiculopatias necessitam de um diagnóstico preciso e de condutas e tratamentos detalhados e práticos para que o paciente portador de um tipo especifico de Sindrome possa obter um alívio maior da patologia tratada e da dor e desconforto que a mesma lhe causa.

Estudamos também os vários tipos de compressão nervosa como:

- Compressão das raízes nervosas espinhais;
– Neuropraxia;
– Neurotimese;
– Axoniotmese;
– Compressão do nervo axilar;
– Compressão do nervo ulnar;
– Compressão do nervo mediano;
– Compressão do túnel do carpo;
– Compressão do nervo radial;
– Compressão do nervo ciático;
– Compressão do nervo femoral;
– Compressão do nervo fibular comum.

No entanto, a avaliação fisioterápica e o tratamento terapêutico são muito importantes para que a conduta seja realizada da melhor forma possível para o paciente e para o fisioterapeuta, respeitando os limites de ambos.


BIBLIOGRAFIA

SALTER, B Robert. Distúrbios e lesões do sistema Musculoesqueletico.3ª ed. Medsi: Rio de Janeiro, 2001

THOSON, Ann; SKINNER, Alison; PIERCY, JOAN. Fisioterapia de Tidy. 12ª ed. Santos: São Paulo, 1999.  
 

 Outros sites:





Paralisia do nervo radial (impossibilidade de levantar a mão)

Paralisia do nervo ciático poplíteo externo direito

Polineuropatia


O sistema nervoso central é composto pelo cérebro e medula espinal. O sistema nervoso periférico inclui todos os nervos periféricos.
 
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Polineuropatia prejudica locomoção

Redação O Estado do Paraná

Para um ex-jogador de futebol profissional, não conseguir se movimentar sozinho é o fantasma que mais assombra sua carreira. Existem muitas histórias de atletas que ficaram impossibilitados de andar por terem sofrido algum acidente na prática desportiva ou por doença incapacitante. O mais recente caso que veio à tona é do ex-jogador do Vasco da Gama do Rio de Janeiro e da seleção brasileira Geovani. Aos 43 anos de idade, o capixaba vive um drama, após sofrer de polineuropatia, uma doença que afeta a coordenação motora, causando a perda de movimentos relacionados a uma inflamação de múltiplos nervos.
O ex-atleta só consegue se movimentar com o auxílio de uma bengala. Para tentar minimizar a dificuldade de locomoção, ele faz fisioterapia três vezes por semana. Mas não sabe se vai conseguir voltar a viver como antes. Estou me recuperando. Ficou uma seqüela que vai melhorar com a fisioterapia, pois não tenho equilíbrio com a perna toda esticada, conta. Depois de voltar a andar, o grande sonho do ex-atleta é voltar a bater uma bola com os amigos em Vila Velha, no Espírito Santo.
O neurologista do Hospital Pilar, de Curitiba, Otto Fustes, explica que a polineuropatia é a disfunção simultânea de muitos nervos periféricos do corpo e possui muitas causas diferentes. Conforme o médico, as mais importantes são o diabetes e o alcoolismo, para citar apenas duas, já que a hereditariedade, substâncias tóxicas e diversos tipos de infecções também provocam a doença. Em alguns casos, a polineuropatia pode ser aguda e aparecer sem nenhum aviso, em outros, a pessoa reclama de fraqueza, câimbras, formigamento nos membros periféricos e, muitas vezes, quedas inexplicáveis, ressalta o médico.
A principal investigação nesses casos, de acordo com Fustes, é identificar as causas da doença. Isso pode ser feito por meio de uma eletromiografia. Cada caso deve ser avaliado individualmente e o histórico familiar é importante para se estabelecer o tratamento, avalia. Entretanto, de acordo com os médicos, o diagnóstico da polineuropatia é somente o início. Se a causa for um distúrbio metabólico e não uma lesão física, os exames de sangue podem revelar o problema subjacente. A hiperglicemia (concentração elevada de açúcar no sangue) também pode indicar um diabetes mal controlado e o aumento da concentração de creatinina sugere uma insuficiência renal. Os exames de urina podem revelar uma intoxicação por metais pesados e os exames da função tireoidiana ou uma dosagem dos níveis de vitamina B podem ser adequados em alguns indivíduos. 

Tratamento multidisciplinar
Segundo o neurologista, os objetivos do tratamento podem ser a cura do distúrbio (se possível) ou proporcionar uma maior capacidade de cuidar de si mesmo e de independência, e o controle dos sintomas. O tratamento é, sobretudo, multidisciplinar, incluindo a intervenção de fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e terapeutas vocacionais, entre outros. Assim, os exercícios podem ser utilizados para aumentar a força e o controle muscular. O uso de bengalas, muletas, cadeiras de rodas, aparelhos ortopédicos e talas podem melhorar a mobilidade ou a capacidade para utilizar uma extremidade afetada.
Uma das principais preocupações dos médicos com respeito ao tratamento de polineuropatias é a com a segurança do paciente. “A falta de controle muscular aumenta o risco de quedas ou outras lesões”, admite Fustes, recomendando algumas medidas de segurança, como o uso de corrimões, evitar tapetes soltos, ampliar a iluminação e a remoção de obstáculos para facilitar o caminho dentro de casa.
Existe a possibilidade de recuperação total da doença se sua causa é identificada e tratada com sucesso, limitando-se danos maiores. Em alguns casos, pode haver perda de movimentos, de função ou de sensibilidade, total ou parcial, que resultam em incapacidade. O paciente também sofre com dores incômodas e persistentes durante um período prolongado. Em casos mais severos a polineuropatia pode provocar graves sintomas que causam risco de morte.

Complicações
* Perda de movimento parcial ou total
* Falta parcial ou total no controle dos movimentos
* Perda de sensibilidade
* Dificuldade de respiração
* Úlceras de pele
* Baixa auto-estima
* Perda de massa muscular
* Difícil cicatrização 

LINKS POLINEUROPATIAS: